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Resenha - Sob o signo do café

Por Beatriz dos Anjos

TÍTULO: Sob o Signo do Café AUTOR: JessT90 GÊNERO: Ficção histórica EDITORA/WATTPAD: Disponível no wattpad PÁGINAS/CAPÍTULOS: 28 capítulos

Sinopse: Louisa Holbrook é filha de um comerciante inglês com uma escrava africana, tendo sido concebida sob o signo do café brasileiro e criada para ser uma excelente dama inglesa. É esta Louisa, negra e livre, que, por conta do destino, chega ao Brasil da escravatura, onde iguais a moça são considerados mercadoria. É esta Louisa que encontrará o janota Rodolfo Teixeira e é com este tal Rodolfo que Louisa viverá uma história cheia de amores, humor e até certo risco. Resenha: Filha de dois extremos, Louisa Holbrook é uma mulher independente, guerreira e decidida. Louisa nasceu do envolvimento romântico entre sua mãe Júlia, uma escrava trazida da áfrica para uma fazenda brasileira e o Senhor Philip Holbrook, inglês das terras de Vossa Majestade para negociar em lugar de uns comerciantes de café influentes. 

O senhor Holbrook conhece a mãe de Louisa de uma forma nem um pouco habitual, tomando-a como cuidadora pessoal de seu filho, ainda bebê, Alexander. Após meses de presença dentro da casa grande, cuidando de Alexander como se esse fosse seu filho, Júlia é cativada pelo pai da criança, que começa a se interessar pela dama. Ainda que maus vistos pelos olhos dos vizinhos e comerciantes, Philip decide que precisa de Júlia como sua esposa e se casa com ela. 

Antes disso, Philip já era visto como uma pessoa diferente, alguém que fugia dos padrões brasileiros dessa época. Ele não possuía escravos. Todos os negros que viviam em suas terras eram livres e trabalhavam como pessoas livres. O senhor Holbrook concedia um pedaço de terra aos negros e eles retribuíam dando-lhe a maior parte das colheitas. O sistema era bom e lhe rendia lucro certo e felicidade de seus empregados. 

Foi na época do nascimento de Louisa que a família teve que retornar para as terras de Vossa Majestade. Lá, Louisa vivia escondida. Para não causar estranheza na burguesia retrógrada e inadequada. Se via presente apenas nas reuniões mais íntimas ou com pessoas que a aceitavam como ela era. A história começa a se tornar interessante do ponto em que Alexander Holbrook se vê obrigado a retornar ao Brasil para assumir o cargo, e a fazenda, que seu pai havia ocupado anos antes. Para essa viagem, Alexander não poderia deixar a irmã Louisa para trás. O destino, e o povo, reservavam grandes desafios e surpresas para Louisa. 

Mesmo que o destino não soubesse que Louisa já estava pronta para qualquer coisa que o destino pudesse tentar empurrá-la goela abaixo. Louisa não é do tipo que leva desaforo para casa. Também não diria que Louisa é o exemplo de “bela, recatada e do lar” que o momento histórico ordenava ser. 

O que eu achei de Louisa? Vem ver aqui em baixo: ________________________________ Minha opinião sobre o livro e a autora: A história é narrada maravilhosamente bem. Já dentro do navio a caminho do Brasil, Louisa começa a se deparar com os primeiros empecilhos. Ela era uma jovem negra indo para o Brasil, no período escravocrata. Quer maior confusão que essa? Para melhorar, Louisa é o tipo de personagem feminina que eu queria ver em todos os livros que eu leio. Não pelo fato de ser negra, o que eu também acho que falta bastante na literatura nacional, mas pelo fato de ser uma mulher, negra, num Brasil escravocrata e não se abalar com isso. Louisa é um símbolo de força e determinação. 

Criada como britânica, ela chega ao Brasil chamando seu povo de “bárbaros”, “imorais” e tantos outros adjetivos não tão bons assim. Para Louisa o Brasil era extremamente retrógrado. Ela achava inacreditável descobrir que ainda existiam países que persistiam na escravidão. 

Ela sabia pelo que a mãe sofrera e lutava a todo custo para não ter que passar ou ver alguém passando por aquilo. Louisa é uma mulher forte e que mostra isso a todos a sua volta. Sério gente, como não amar Louisa? Cada fala dela é um tapa na cara da sociedade racista. Ela é tipo a rainha do close certo. Ah, Louisa, se você fosse uma mulher real, contando sua história, com toda certeza seria um símbolo social da luta das mulheres e dos negros. Louisa, esse nome ficou gravado em minha memória como a melhor personagem feminina que eu já vi em uma história no Wattpad. 

Então Louisa, junto com o irmão, chega ao Brasil. E, ouso dizer, sua reação é completamente o inverso do esperado. Eu imaginei que ela chegaria ao Brasil achando a paisagem feia e monótona, já que a Inglaterra sempre fora mais rápida na construção de prédios e na transformação do verde em cinza. As grandes cidades lá começaram muito antes do que aqui e, inicialmente, eu estranhei o fato dela achar todo o verde presente no Brasil, bonito. 

Mas essa reação já havia sido encaminhada bem antes, quando nos é informado que Louisa passava o ano com sua tia em uma casa afastada da cidade. Trouxa fui eu que não percebi. Rsrs. Mas Louisa chega apreciando as paisagens e praguejando a vista. O que é essa Louisa? Minha nossa senhora das protagonistas maravilhosas. Eu simplesmente amei todas as partes da história, todas as construções, todos os personagens, cenários, descrições de eventos, além da aula de história que a gente recebe como bagagem durante a leitura. 

A gente recebe muito mais do que informações jogadas ao ar. Durante o texto, eu consegui me sentir verdadeiramente dentro de uma fazendo do período colonial, consegui sentir o cheiro do café passando na cozinha, consegui ver o que a personagem descrevia a sua frente. Além de escrever maravilhosamente bem, os sentimentos que são passados durante a escrita/leitura envolvem de uma maneira surpreendente. Quando eu comecei a ler eu pensei. Ah, vai ser mais um clichê. Ela é forte, vai passar um problema que vai acabar com ela, conhece alguém que ajuda ela a sair do poço e vive feliz pra sempre. A primeira porrada na boca do estômago que a gente toma é no navio vindo pra Brasil. Várias tretas acontecem nesse momento e ela passa sobre tudo glamourosa em cima de seu salto alto e dentro do seu corpete. E a história continua com vários closes certos. Louisa vai passando pelas suas batalhas sozinhas. 

Todas as adversidades e problemas que surgem em sua frente são driblados por ela, independentemente de quem também estivesse envolvido na treta. 

Louisa se mostra mais e mais forte no decorrer do livro. Aprendendo com cada situação que passa e evoluindo cada vez mais no quesito CLOSE. Cada close de Louisa no livro faz eu me apaixonar mais por ela. 

E aí a autora cisma em colocar um outro shipp para Louisa. Porque sim, eu já tinha shippado Louisa com outros “pretendente” antes de Rodolfo. Mas eis que surge Rodolfo Teixeira. Filho de um dos fazendeiros ao redor da fazenda de Alexander e Louisa, Rodolfo pega amizade com Alexander, assim como Louisa e Alice, irmã de Rodolfo, também edificam uma amizade. E, na verdade, é a preocupação de Alice que aproxima Louisa e Rodolfo. OS dois não se suportam. Louisa é atrevida demais e Rodolfo “francês demais”, apesar de ser brasileiro. Louisa e Rodolfo formam um casal maravilhoso. 

Ela é independente e decidida, enquanto ele é extremamente respeitoso e cuidadoso para com ela. Ele é o exemplo de como esperamos que seja um cavalheiro. Não! Não tem nada a ver com homens abrindo a porta para a mulher descer, muito menos pagando a conta do jantar. Rodolfo Teixeira é um jovem que respeita as decisões de Louisa, por quem se apaixonou, e quer que ela seja feliz e livre. 

Além de cuidar para que nada a deixe desconfortável ou amedrontada. 

Além de ser amigo de Alexander, Rodolfo se mostra preocupado com o bem estar de Louisa na maior parte das cenas que ele aparece e o amor que nutre por ela pode ser percebido muito antes de ser realmente escrito. Sim, a autora deixa um rastro de migalhas desde a primeira cena até o final e para saber mais, tem que ir acompanhando a história. Eu acho isso ótimo, porque instiga a leitura e não vira algo monótono. 

Eu, simplesmente, amei tudo o que o livro tem para oferecer. Fiquei completamente satisfeita com tudo o que li. A história é maravilhosa e é algo que eu recomendo para todas as pessoas que amam romances ou histórias de época. 

A forma como Louisa cresce no decorrer da história é magnífico. Ela se mostra mais forte e íntegra do que o esperado e suas ações nos surpreendem ainda mais a cada linha lida. 

Apesar de seus 27 capítulos de leitura, em menos de 2 dias eu já havia terminado a leitura e passava por uma espécie de ressaca literária. Mas Bia, porque você deu nota 4 ao invés de 5, já que vocÊ gostou tanto? Eu explico, padawan, a autora fez algo que eu simplesmente detesto. Eu amor ler porque eu posso montar todas as cenas, todos os personagens, todos os cenários como eu bem entender dentro da minha cabeça. Eu penso em cada detalhe da pessoa ou do lugar e vou fomrando uma imagem que retrate perfeitamente o meu entendimento. Eu fiquei bem satisgeita com a forma que eu tinha formado a imagem da personagem na minha cabeça, através das descrições da autora. Quando eu, no auge da minha inquietação para terminar a história, passo para o último capítulo, sem querer sou pega num capítulo chamado Elenco. Foi aí que o maior problema do livro pra mim chegou. 

Nenhum dos personagens que eu tinha formulado na minha cabeçinha chega perto dos atores escolhidos por ela para os personagens. Eu imaginei todos bem diferentes. 

Isso não é um rpoblema que vai me coagir a não ler de novo o livro. Eu vou reler em algum momento e, provavelmente, vou iamginar outra versão para as eprsonagens. Mas o grande problema mesmo é o fato de todos os persnagens estarem incluídos dentro de um padrão de beleza bizarro. 

Quando eu imaginei Louisa, a vi com os traços negros bastante aflorados. Lábios carnudos, cabelo bem crespo, sempre preso num coque, como mandava o código de vestimenta da época, corpo mais avantajado – e não to falando de peitos e bundas não, to falando de quadril, cintura, ombros – eu a imagina fora desse padrão de beleza magro quase sumindo. Na verdade, todo o elenco escolhido parece ter sido retirado de uma novela adolescente. Eu esperava rostos um pouco diferentes. Então, para mim o elenco escolhido foi um ponto negativo. 

Outro probleminha que me chamou atenção, mas nada que me incomodasse a ponto de não querer mais ler, foram alguns errinhos básicos de português. Um acento aqui, outro ali, uma vírgula fora do lugar, uma palavra perdida. Eu nem considero muito isso, acho que toda história pode ser boa apesar da escrita e, depois de ter terminado a leitura, entrei em contato com a autora para dar um feedback da leitura e de possíveis errinhos, como costumo fazer ao terminar um obra que eu gostei, me deparei com algo que não esperava encontrar. Eu gostei tanto desse carinho da autora que ela entrou na minha lista de “olhar todo dia para saber se ela lançou algo”. Faço questão de ler tudo o que ela colocar, desde que dentro da minha linha de interesse, já que não leio terror de jeito nenhum. 

EU recomendo para todos que quiserem se divertir e conhecer um pouco mais de Louisa.  


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