top of page

Resenha - Nemtsi e Selvagens

  • Foto do escritor: Histórias ao vento
    Histórias ao vento
  • 14 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura

Por: Lygia Camelo Santiago

Sinopse: Quem se prenderia a uma promessa que não pode ser quebrada nem com a morte? Nemtsi e Selvagens - As almas cativas é uma ficção fantasia-épica de aventura e ação. Traz à tona a arbitrariedade da razão humana em uma sucessão de acontecimentos ao longo dos séculos. 

Em um mundo onde existem seres de vida longa que se escondem entre os humanos, pode-se acompanhar lutas com espadas que ocorrem em uma dinâmica extraordinária e se perpetuam até a atualidade. Nesta realidade distinta, entre profecias, forças sobrenaturais e perseguições, as disputas entre dois povos são levadas ao extremo do extermínio.

Nesse cenário repleto de personagens fortes, Andrey se empenha em proteger seu amor, sua família e seus segredos. TÍTULO: NEMTSI E SELVAGENS – AS ALMAS CATIVAS 

AUTORA: CATARINA SVIATOPOLK-MIRSKY GÊNERO: FANTASIA LANÇAMENTO: 29/11/2016 EDITORA: AMAZON/WATTPAD PÁGINAS: 535 

Minha zona de conforto literária está mais perto dos romances água com açúcar do que da fantasia. O que não significa que eu tenha uma relação ruim com o gênero. Na verdade, Harry Potter foi uma das séries mais importantes da minha adolescência (pra não dizer a mais importante e a que me mostrou que eu também poderia escrever). Sou fã de Tolkien e tenho um carinho mais do que especial pela obra da Marion Zimmer Bradley (Brumas de Avalon). Logo, fantasia é um gênero do qual eu gosto. Foi com esse pensamento que eu topei ler e fazer a resenha de Nemtsi e Selvagens - As Almas Cativas. 

A autora cria duas classes de criaturas que vivem no nosso mundo, escondendo suas habilidades especiais de toda a raça humana. Os nemtsi e os selvagens porém, não vivem em paz entre si. A diferença entre as habilidades das duas raças gerou grandes conflitos entre elas, e este é um dos pontos fundamentais na história. 

A história foca, a priori, na jornada de Andrey e Asia. Ele, um nemtsi bem mais velho, que vive com a família. Ela, uma jovem que mal sabia ser diferente dos demais seres humanos, que primeiro perdeu o pai, depois a mãe, ficando aos cuidados de uma velha senhora humana. Os dois personagens são bem trabalhados na trama, e cercados de outros personagens também maravilhosos. É muito fácil logo gostar deles. 

Eu, particularmente, gostei muito da ideia geral, mas, infelizmente, tive algumas travas com o modo escolhido pela autora para executá-la.

O que me incomodou bastante no livro foi o excesso de background. 

A autora faz uma enorme jornada com a trajetória dos protagonistas. Conhecemos Asia desde sua infância, e ao Andrey também. 

Apesar de eu entender a vontade de explorar os personagens e criar um universo para eles, para mim, o tiro saiu pela culatra. Muita coisa posta que, não necessariamente, deveria estar esmiuçada. Ou seja, pequenos detalhes que deveria ter vindo, aos poucos, no texto, ao invés de estarem trabalhadas nas cem primeiras páginas. 

Minha sensação é de que a história realmente começa com o amadurecimento da Asia (como se fosse uma puberdade súbita relacionada às habilidades de espécie) e o encontro dela com o Andrey. Infelizmente, isso demora muito para acontecer, e grande parte do que foi posto antes poderia ter sido trabalhado com menos detalhe, depois desse evento que dá início à história em si. 

O texto oscila entre passado e presente com muita frequência. Flashbacks e sonhos com situações fora do foco da trama, mas diretamente ligados a ele, são utilizados quase que constantemente. Isso foi outra coisa que me deixou um pouco frustrada. 

Apesar de essa ser uma estratégia interessante para criar suspense, o excesso dela acabou tornando a narrativa cansativa, com aquela sensação de que muito pouco acontece no correr de muitas palavras. Não é sobre pontas soltas, mas, sobre como o passado se imiscui no presente. 

Para mim muito da magia da leitura está em perceber o universo e as personagens aos poucos, no decorrer dos acontecimentos. Com a estratégia usada pela autora, porém, eu não tive muito dessa sensação. Logo, é mais uma questão de gosto. 

Apesar de ter gostado demais do universo e de todas as personagens apresentadas (foco no Reinis, por favor), tive uma dificuldade enorme em seguir com a leitura. Minha sugestão para a autora seria alguns cortes, talvez de cenas que eventualmente fossem exploradas em blocos, que detalhassem o passado das raças de modo mais uniforme. Isso permitiria, na minha opinião, que o leitor se conectasse ainda mais com o maravilhoso e complexo universo criado.

O cuidado com a escrita é notável e se percebe que a autora conhece muito bem o universo criado, o que, acreditem, nem sempre acontece. 

Na verdade, fiquei bem triste por não ter gostado mais da obra.  

Bình luận


Destaque
Tags

© 2017 por Histórias ao Vento. Orgulhosamente criado com Wix.com

  • YouTube - Black Circle
  • Instagram - Black Circle
  • Facebook - Black Circle
  • Twitter - Black Circle
bottom of page