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Resenha - Carry On

Por: Vanessa Fontoura

SINOPSE:

“Simon Snow é um bruxo que estuda numa escola de magia na Inglaterra. Profecias dizem que ele é o Escolhido. Você pode até estar pensando que já conhece uma história parecida. O que você não sabe é que Simon Snow é o pior escolhido que alguém já escolheu.

Poderosíssimo, mas desastroso a ponto de não conseguir controlar sequer sua própria varinha, Simon está tendo um ano difícil na Escola de Magia de Watford. Seu mentor o evita, sua namorada termina com ele e uma entidade sinistra ronda por aí usando seu rosto. Para piorar, seu antagonista e colega de quarto, Baz, está desaparecido, provavelmente maquinando algum plano insano a fim de derrotá-lo. 

“CarryOn” é uma história de fantasma, de amor e de mistério. Tem todos os beijos e diálogos que se pode esperar de uma história de RainbowRowell, mas com muito, muito mais monstros.” TÍTULO: CARRY ON – ASCENÇÃO E QUEDA DE SIMON SNOW AUTORA: RAINBOW ROWELL GÊNERO: FANTASIA LANÇAMENTO: 2015 EDITORA: NOVO SÉCULO PÁGINAS: 480 Talvez eu não consiga transcrever nessa resenha todo o meu sentimento por esse livro. Sou admiradora de tudo o que me faz chorar, sonhar e sorrir. CarryOn conseguiu despertar os três sentimentos em mim enquanto lia. Em 2013 RainbowRowell, autora de Eleanor e Park, lançou Fangirl, um livro de romance/ficção jovem que retratava a história de Cat,uma fã da série de livros Simon Snow. 

Anos após o lançamento de Fangirl, diante de todo o sucesso da autora, Rainbow decide escrever a história de Simon. CarryOn tratasse do livro original que existiria no mundo de Fangirl e que Cat é tão fanática. Rainbow deixa ficção juvenil de lado para embarcar em seu primeiro livro de fantasia. 

Não, você não precisa ler Fangirl, para ler CarryOn. Boa parte dos leitores indicam o contrário. A leitura deCarryOn e em seguida Fangirl, para que assim possa entender o amor de Cat pelos personagens dos livros de Simon Snow. 

No primeiro momento a história parece muito familiar, decerto. A história de Simon Snow se assemelha muito com a de Harry Potter. Intencionalmente por Simon Snow ser o equivalente a Harry Potter no mundo de Cat. Suas essências são semelhantes. A autora criou Simon para ser um ícone pop no mundo de Fangirl, parecido com Harry Potter. Mas a cada avançar de páginas, com a apresentação do universo de CarryOn, as histórias se separam mais e CarryOn fixa sua própria mitologia.

Simon é o mago mais poderoso vivo, mas ele não sabe como controlar sua magia. Simples feitiços soam errados quando conjurados por ele. 

Um empecilho enorme já que o futuro de todo o mundo mágico depende dele.A primeira coisa que você precisa saber é que Simon Snow é o pior escolhido de todos. Ele é desastrado, atrapalhado e toma sempre as piores decisões. Ele não é o mocinho usual. Um grande vilão está aterrorizando o mundo mágico e segundo a profecia Simon é o único que poderá impedi-lo. Esse é o enredo principal, mas enquanto isso acontece seu arqui-inimigo/ colega de quarto desaparece. 

Durante mais de 100 páginas Simon fica completamente obcecado com o sumiço do inimigo. Criando teorias acerca de seu desaparecimento. A trama retrata principalmente a relação de Simon e Baz. 

Inicialmente eles são típicos rivais que se odeiam, mas com o desenvolver da história você vai percebendo laços entre os dois tão ou mais fortes que o suposto ódio que eles acreditam sentir.

Minha maior crítica sobre a narrativa são os capítulos anteriores ao aparecimento de Baz.

Simon se firma como personagem, mas algumas coisas podem soar estranhas por estarmos muito acostumados com a forma que a magia é retratada por J.K. Rolling nos livros de Harry Potter. As histórias são parecidas e por isso é inevitável a comparação no começo do livro. Quando o estranhamento passa e o leitor se acostuma com o mundo criado por Rainbow e a sua proposta, a história flui. 

Uma das maiores qualidades da narrativa é o desenvolvimento dos personagens. Rainbow é uma autora fenomenal quando o assunto é diálogos e personagens. Todos possuem personalidades bem definidas e atitudes condicentes.E como o livro tem várias perspectivas é fácil perceber o que cada personagem está sentindo diante do mesmo acontecimento. Essas divergências trazem um ar cômico que suaviza a leitura.

Rainbow é ótima em criar boas histórias de romance. Ela possui o dom de deixar os leitores com borboletas no estômago. Não seria diferente em CarryOn. A maneira como ela desenvolve o romance é suave e graciosa. Ingênuo e engraçado. Esse é um grande ponto da história, mas é uma história de fantasia em sua essência. O romance é desenvolvido junto dos personagens. Você percebe a história acontecendo e se apega aos personagens. O desespero, drama, paixão.Baz foi meu personagem preferido, por sua profundidade, sarcasmo e acidez, ao mesmo tempo em que precisava lidar com seus sentimentos turbulentos e confusos. 

O livro é hilariante. A autora brinca com todos os clichês do gênero em que escreve. Boa parte das risadas acontecem devido aos nomes dos feitiços. Eles dizem logo o que são. Os feitiços são palavras poderosas, especificas, muito entoadas. 

Alguns dos feitiços mais poderosos são cânticos de ninar. 

Esse é um dos únicos livros que eu reli. Sempre que estou triste e preciso sorrir, sempre que estou descrente com o amor, sempre que estou precisando de diálogos suaves e jovens, leio CarryOn.

Se você gosta de romance, fantasia e comédia, corra logo para ler CarryOn porque encontrará todas essas facetas de modo leve e bem construído. Além de ter um casal com tanta química que quase incinera os leitores. Ele também é um bom exemplar de romance LGBT.

PS: Se em algum momento você shippou Harry/Draco em Harry Potter, leia CarryOn o mais rápido possível. ❤TRECHOS PREFERIDOS❤

“É sempre fogo com Baz. Eu não acredito que ele ainda não me incinerou. ” (p.10) "Ele sorri, e ele é feito de problemas." (p.300) “O fato de que Simon Snow é o bruxo vivo mais poderoso. De que nada pode machucá-lo, nem mesmo eu. De que Simon Snow está vivo. E de que eu estou desesperadamente apaixonado por ele. “ (p.174) “Por um momento – nem sequer isso, um centésimo de segundo -, eu o imagino dizendo “A verdade é que me sinto terrivelmente atraído por você.” E então eu me imagino cuspindo na cara dele. E aí eu me imagino lambendo o rosto dele e o beijando. (Porque eu sou perturbado. Pode perguntar a qualquer um).” (p.203) “Eu diria que não desejava – que a possibilidade acaba de me ocorrer pela primeira vez. Mas se isso é verdade, então por que há em minha cabeça umalista de todas as coisas que sempre quis fazer com Baz?” (p.334) “— Faço listas de coisas sobre as quais não pensar. — Por quê? — Porque dói pensar em coisas que você não pode ter nem evitar. Melhor não pensar nelas – diz ele.” (p. 342) 

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