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RESENHA A SELEÇÃO - KIERA CASS

  • Por Danni Ramalho
  • 23 de mai. de 2017
  • 7 min de leitura

TÍTULO: A SELEÇÃO

AUTORA: KIERA CASS

GÊNERO: ROMANCE, FANTASIA, DISTOPIA

LANÇAMENTO: 2012

EDITORA: SEGUINTE

PÁGINAS: 336

 

SINOPSE:

Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.

Por onde começar a resenha deste livro maravilho? A Seleção é, certamente, a minha saga de romance preferida. Vamos fingir que ela não conseguiu tanto espaço assim no meu coração graças a Maxon.

Como dito na sinopse, America vive num Estados Unidos pós terceira guerra mundial, agora parcialmente enfraquecido e dividido em castas, o que é motivo de segregação social, principalmente para ela, que é uma Cinco - a casta dos músicos, dançarinos, fotógrafos e demais artistas independentes. A única chance de uma pessoa da casta de America ou de qualquer outra ascender socialmente é casando-se com alguém de casta superior (isso se a pessoa da casta superior for do sexo masculino - bem machista, isso sim), e fora uma quantia a se pagar ao governo, ninguém de uma casta superior em sã consciência iria querer se inferiorizar relacionando o nome de sua família a alguém mais pobre.

É aí que entra a família real: há anos tendo um primogênito do sexo masculino, a realeza abre as portas do seu palácio todas as vezes em que o futuro herdeiro atinge a maioridade, para escolher, dentre 35 selecionadas de qualquer casta, aquela que será sua rainha. Quando este “concurso” é aberto logo após America fazer 16 anos, sua mãe vê aí uma oportunidade de fazer a família subir na escala social de Illéa, pois além de se tornar uma Um, a maior casta de todas, caso América se torne rainha toda a sua família passa a ser 2.

Esse lance de castas no início é bem confuso, mas depois, aos poucos, você se acostuma e passa a entender tudo bem direitinho, descobrindo até que é bem fácil - e injusto.

Mas voltando ao drama de América, a verdade é que ela já é apaixonada por Aspen, um rapaz de uma casta inferior, e sua família não sabe disso, pois se soubesse teria proibido o romance.

Devo admitir que desde o início não gostei de Aspen. Primeiro que ele tem um comportamento meio controlador, querendo sempre preservar sua imagem de macho alfa-dono da casa-é uma vergonha que minha esposa me sustente, mesmo quando América demonstra o suficiente para sabermos que ela é muito boa em se liderar sozinha. Porém, fazer o quê se a protagonista descobriu seu primeiro amor nos braços do chatinho e rabugento Aspen? Ainda que marrento e mandão, ele até sabe ser romântico e prestativo, o que lhe reserva certo crédito.

A escrita de Kiera é bem leve, suscinta, carregada de amor. Os diálogos são, na maior parte do tempo, bem planejados e com ar de casualidade. Kiera soube descrever muito bem as cenas auto reflexivas de América, inserindo perfeitamente o leitor dentro da mente da protagonista e me fazendo diversas vezes querer quebrar a cabeça de América por certas atitudes dela, mas ao mesmo tempo compreendendo o por quê de ela agir daquela forma, chegando inclusive a me identificar com as neuras e dúvidas da personagem.

Uma das coisas que mais gostei na construção da história foi sobre como Kiera conseguiu criar uma família grande e unida, com laços tão intensos como o de May e Meri. A ligação entre as irmãs é algo muito singelo e bonito, assim como a relação entre Meri e sua mãe e seu pai.

A primeira, firme e controladora, com certos segundos interesses que não condizem com os da filha mais velha, e ainda assim muito amada. O segundo, extremamente parecido com América na questão da personalidade, por ser tão calado parece alheio aos acontecimentos ao seu redor, mas no fim sempre tem algo importante a dizer.

As meninas do palácio se saíram metade entediantes, metade encantadoras. Claro que o destaque fica para Marlee e Celeste, desde o primeiro momento amei as duas. Por mais que muita gente, inclusive a própria América, odeie a Celeste, adorei o jogo de manipulações feito por ela.

Vamos dizer que Maxon é meio bobinho sobre mulheres, mas não o culpo, o pobre coitado viveu toda a sua vida preso ao palácio, sem muito contato com outras pessoas que não fossem da realeza assim como ele.

Agora o romance!!!!!!!! Mil exclamações, sim, porque nesse sentido Kiera deu um arraso. #TeamMaxon, digo mesmo. Ninguém é capaz de arrancar tantos suspiros de mim quanto Maxon Schreave, nem mesmo meu namorado. Jesus, Maxon é a prova viva de que personagens literários são perfeitos exatamente por serem literários - e terem vindo da mente de uma mulher, afinal, nós descrevemos exatamente o que queríamos para nossas vidas.

A química entre Maxon e América é evidente desde o início, e este foi o erro e acerto de Kiera. Ela começa o livro narrando o amor verdadeiro entre Aspen e América, mas, para mim, este amor parece mais algo que nasceu fruto da conveniência. Aspen e América ficam bem juntos até o ponto em que descobrem que suas únicas semelhanças são a realidade em que vivem, seu único elo é a solidão de ser jovem num mundo repleto de desigualdade.

Essa citação acima ilustra exatamente a ideia que estou tentando passar sobre este triângulo amoroso entre América, Aspen e Maxon, apesar de ainda não ser muito evidenciado no primeiro livro, dado que Maxon e América, infelizmente, são apenas amigos (cof, cof). Mas ainda assim, se você leu ou pretende ler, vai entender do que estou falando. Ou ao menos eu espero.

Aspen aparenta uma maturidade que não combina com América. E não estou dizendo que ela seja criança, rs, jamais. Mas os conflitos vêm principalmente da visão de futuro e família que os dois têm: América procura a felicidade, o amor verdadeiro, uma família grande e cheia de momentos alegres, sem espaço para problemas financeiros e desconfianças. E, apesar de Aspen também procurar pelas mesmas coisas, ele tem um modo diferente de enxergar o que seria isso.

Aspen tem uma mania de querer controlar as ações de América, de querer ser o elo mais forte da relação, o tempo todo tentando provar alguma coisa. Se me permitem dizer, o típico disfarçe do homem machista vestido de bom moço. Não o culpo, claro, o sistema em que eles vivem não é muito diferente do nosso, e saindo de uma família tão grande repleta de situações conflituosas como a dele, creio que ele tem uma desculpa para ser da forma que é. Mas, na minha opinião, longe de América.

A amizade inusitada entre Meri e suas criadas também é algo a ser comentado. Anne, Mary e Lucy são muito fofas, prestativas, pessoas que eu gostaria de ter como amigas na vida real. Elas são grandes shippers do casal America e Maxon e cúmplices para o desenrolar do romance dos dois. Um beijo para a Lucy, que passou por tanto para chegar onde está e merece melhor.

Por fim: America e Maxon. Se bem que enquanto falava de outros aspectos nos parágrafos anteriores citei diversas vezes a perfeição do meu sonhado casal América e Maxon. Logo no início fica claro que América ama mesmo o Aspen, só entrou na competição por acaso - e insistência da mãe -, pretende se empanturrar de comida até o príncipe cansar da sua presença e mandá-la embora. Meri não faz muitos esforços para encantar o príncipe, ela é apenas ela mesma e isso já é suficiente.

Mesmo que não dê para ter um ponto de vista de Maxon neste livro, fica bem evidente que ele se sente atraído por América desde o começo, e ele também nem esconde muito, sempre tentando agradá-la e dando algumas tiradas apaixonantes aqui e acolá que América parece não perceber - ou quando percebe, ignora.

A verdade é que Maxon acredita mesmo no amor e acha que pode encontrá-lo na Seleção. Ele tem o relacionamento dos seus pais como uma espécie de exemplo.

Ele reconhece sua responsabilidade de rei e quer cumprí-la com êxito, ao lado de uma mulher forte como sua mãe, que possa auxiliá-lo e não ser apenas um rostinho bonito. Alguém fiel ao que realmente é, que saiba tomar decisões e o faça se apaixonar cada vez mais durante todos os dias de sua vida. (Essa pessoa, é claro, é a nossa querida América, apesar de ela não se dar conta ainda).

Houve boatos de que o livro iria virar filme, inclusive lançaram até o piloto de uma série inspirada nos livros. Não sei se a palavra INSPIRADA é a melhor definição, porque o episódio piloto ficou tão terrível que a série foi cancelada, mas ainda tem essa desgraça de ep disponível no Youtube, creio eu. Iria adorar se houvesse um filme, mas claro que apenas se seguissem direitinho o que tem nas páginas do livro. Só de pensar em ver Maxon Schreave, América e May nas telinhas eu já fico super empolgada.

Acho que já falei o suficiente sobre o livro. E com todas essas quotes maravilhosas, se você ainda não leu certamente agora vai querer ler. É uma saga de 5 volumes, contando com alguns extras que somam um total de 7 livros, todos já lançados e por um preço que vale a pena comprar. Corre pra ler e vem me dizer o que achou. Se você já leu, me fala também. Amo comentar sobre meus livros preferidos.

Vou entender se você preferir o #TeamAspen. A verdade é que se ele ganhou o coração da Meri, esse rapaz é mesmo bom. E a verdade verdadeira mesmo é que quanto mais pessoas torcerem pra ele, mais sobra Maxon pra mim, hehehe. Então, vamos lá: livro em mãos, vamos todos se apaixonar por A Seleção.

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