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SIMPLESMENTE O PARAÍSO – JULIA QUINN


TÍTULO: SIMPLESMENTE O PARAÍSO AUTORA: JULIA QUINN GÊNERO: ROMANCE DE ÉPOCA LANÇAMENTO: 08/02/2017 EDITORA: ARQUEIRO PÁGINAS: 272

 

Sinopse: “Honoria Smythe-Smith sabe que, para ser uma violinista ruim, ainda precisa melhorar muito… Mesmo assim, nunca deixaria de se apresentar no concerto anual das Smythe-Smiths. Ela adora ensaiar com as três primas para manter essa tradição que já dura quase duas décadas entre as jovens solteiras da família. Além disso, de nada adiantaria se lamentar, então Honoria coloca um sorriso no rosto e se exibe no recital mais desafinado da Inglaterra, na esperança de que algum belo cavalheiro na plateia esteja em busca de uma esposa, não de uma musicista. Marcus Holroyd foi encarregado de uma missão… Porém não se sente tão confortável com a tarefa. Ao deixar o país, seu melhor amigo, Daniel, o fez prometer que vigiaria sua irmã Honoria, impedindo que a moça se casasse com pretendentes inadequados. O problema é que ninguém lhe parece bom o bastante para ela. Aos olhos de Marcus, um marido para Honoria precisaria conhecê-la bem (de preferência, desde a infância, como ele), saber do que ela gosta (doces de todo tipo) e o que a aflige (como a tristeza pelo exílio de Daniel, que ele também sente). Será que o homem ideal para Honoria é justamente o que sempre esteve ao seu lado afastando todo e qualquer pretendente? ”

Minhas impressões:

Imagine-se sabendo ser muito ruim em algo, mas tendo que fazer este algo na frente de toda a sociedade londrina. Não parece ser agradável, mas Honoria Smythe-Smith encara o desafio com um sorriso no rosto. Se quer se ver em uma situação diferente, que tal descobrir-se apaixonado pela irmã do seu melhor amigo, a quem você jurou que iria proteger? Foi assim que Marcus Holroyd se viu.

Falar de Julia Quinn, para mim, sempre vai ser ótimo. É uma das minhas autoras favoritas e a quem eu vejo como grande exemplo na escrita. Em toda obra que leio dela, o ritmo sempre é bastante rápido, as situações bem desenvolvidas e o texto absolutamente adorável. Julia Quinn é uma autora sem pretensões. Romantiza uma época em que os costumes serviam como máscara para grandes hipocrisias e eram tremendamente desfavoráveis para mulheres.

Ainda assim, Julia consegue fazer romances que passam longe do machismo, com mocinhas fortes e bem resolvidas que podem até se deixar enganar por um ou outros vilões pintados de bons moços, mas nunca se deixam abater pelas intempéries nas quais se veem. Ou seja: um prato cheio para uma feminista extremamente romântica. O melhor elogio para Julia é: minha avó lê e aprova. Claramente, qualquer ser humano de bom senso deveria fazer o mesmo.

Eu já havia lido Simplesmente o Paraiso alguns anos atrás. Com o lançamento do box do Quarteto das Smythe-Smith (que você já o deve ter conhecido se leu Os Bridgertons), do qual eu só tinha lido o primeiro livro, veio aquela ânsia de possuir. Assim sendo, comprei e fui reler o primeiro título da série de modo que pudesse ler os demais me sentindo melhor ambientada. Lembrava pouco da história, mas, uma certeza que sempre tenho é que a Julia Quinn vai me fazer sentir de tudo. Amor, aflição, diversão... Dessa vez, não fui desapontada.

Apesar de escrever histórias ambientadas no começo do século XIX, Julia não tenta imitar a linguagem da época com preciosismos ou excessos de figuras de linguagem. Ou seja, você entende o que está escrito, os parágrafos são curtos e a leitura extremamente fluida. Nos diálogos, ainda é mantida alguma formalidade, mas nada que atrapalhe a compreensão de qualquer leitor. Na história de Marcus e Honoria, a fluidez do texto também se reflete no casal protagonista. Eles se conhecem por 15 anos. Ele, melhor amigo do irmão dela. Ela, a carrapato dos dois na infância, e agora uma mulher que não tem como escapar do desastroso concerto anual da família (e nem quer).

Ele, um garoto que perdeu a mãe cedo e, como quase todas as crianças daquela época, foi educado à distância do pai. Sim, carinho para filhos nas sociedades ocidentais “civilizadas” é um conceito bem recente e muito pouco inglês. Ela, uma moça cercada por uma família enorme, cheia de costumes e com uma mesa sempre posta com muitos lugares.

O que une os protagonistas, apesar da grande família de Honoria, é a solidão. A dele tem motivos óbvios; a dela se vê na diferença de idade entre os irmãos, todos muito mais velhos, na distância que a mãe impingiu à filha e a todo o mundo depois do que aconteceu com Daniel, o único irmão de Honoria.

Uma das coisas que mais gosto nesse livro é a confiança que os protagonistas têm um no outro. Honoria e Marcus sabem que podem contar com o outro nas mais diversas situações. O conhecimento de longo tempo leva a uma intimidade ímpar, que justifica em muito a trama elaborada pela autora – que culmina no nascimento da paixão entre os dois. Este é um casal cúmplice, mesmo antes de virar um casal. Trata-se daquele tipo de relação que, apesar de não ser amor carnal desde o começo, tem muito conhecimento e carinho mútuo, antes de paixão, o que, particularmente, me encanta.

Apesar de não ser o meu livro favorito da autora (este posto pertence a O Conde Enfeitiçado), e nem mesmo o de trama mais complexa e cheio de reviravoltas, ele certamente tem um espaço carinhosamente guardado no meu coração

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