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RESENHA: UMA CANÇÃO DE NINAR - SARAH DESSEN


TÍTULO: UMA CANÇÃO DE NINAR

AUTORA: SARAH DESSEN

GÊNERO: YOUNG ADULT

LANÇAMENTO: 2002

EDITORA: SEGUINTE

PÁGINAS: 352

 

SINOPSE:

Remy não acredita no amor. Sempre que um cara com quem está saindo se aproxima demais, ela se afasta, antes que fique sério ou ela se machuque. Tanta desilusão não é para menos: ela cresceu assistindo os fracassos dos relacionamentos de sua mãe, que já vai para o quinto casamento. Então como Dexter consegue fazer a garota quebrar esse padrão, se envolvendo pra valer? Ele é tudo que ela odeia: impulsivo, desajeitado e, o pior de tudo, membro de uma banda, como o pai de Remy — que abandonou a família antes do nascimento da filha, deixando para trás apenas uma música de sucesso sobre ela. Remy queria apenas viver um último namoro de verão antes de partir para a faculdade, mas parece estar começando a entender aquele sentimento irracional de que falam as canções de amor.

Eu mal podia esperar para terminar de ler este livro: Sarah Dessen é uma das minhas autoras preferidas. Mas talvez eu tenha criado expectativas demais,

porque no fim, não foi lá essas coisas.

A mãe de Remy é escritora romancista, caminhando para o quinto casamento, e seu pai era um músico de um sucesso único que abandonou a família e morreu sem nunca ter conhecido a filha, apesar de ter escrito uma canção para ela - Uma Canção de Ninar. Com esses exemplos familiares tão profundos e evidentes, Remy definitivamente não acredita no amor, não quer acreditar. Ou será que quer?

Quando ela conhece Dexter, pisciano, romântico, desajeitado e, pior de tudo, músico, uma movimentação estranha começa a acontecer em sua mente e seu coração. O motivo? Remy tem uma regra sobre músicos que basicamente é: não namore músicos. Mas Dexter é insistente e parece que tem alguma coisa a provar para a garota, o que, no final, pode acabar sendo verdade.

Envolvida demais em resolver os problemas da sua mãe, que apesar de ser uma mulher adulta, apresenta alguns pequenos defeitos quanto à maturidade, tudo o que Remy menos quer é engatar um romance. Ela tem planos de se divertir com seu trio de melhores amigas, Lissa, Chloe e Jess, até o fim do verão e logo em seguida sair da cidade direto para Stanford, a faculdade em que, depois de algum esforço, conseguiu entrar.

Queria dizer que amei Lissa. Ela é a mais gracinha, fofinha e romântica das três amigas de Remy, e apesar de esse perfil não fazer muito o meu tipo, ela conseguiu me conquistar. De alguma forma Lissa consegue passar um ar de ingenuidade e doçura que equilibra o quarteto de amigas e proporciona verdadeiros momentos de companheirismo entre as garotas. E devo admitir: eu estava torcendo para que ela tivesse alguma coisa com John Miller. Não sei porquê, mas achei que eles combinaram.

Acho que faltou um pouco de desenvolvimento dos personagens secundários. Chloe é um pouco irritante, apesar de merecer certo crédito, e Jess, segundo a própria protagonista, é a melhor amiga de Remy, mas não tem muita visibilidade no dia-à-dia da garota, o que achei muito estranho. Mas tudo bem, a própria Remy é fria e avessa a aproximação excessiva. Como já dito, ela não acredita no amor - aparentemente em nenhum tipo de amor.

Gostaria de chamar atenção agora para Dexter. Ele é vocalista de uma banda, do signo de peixes, extremamente atrapalhado e, diga-se de passagem, muito engraçado. Com seu jeito descontraído e metido a espertinho, Dexter é uma pessoa fácil de gostar, agradável, do tipo que você gosta de imaginar como um colega legal que está sempre ali pra te fazer sorrir. E só.

Mesmo tendo todas essas qualidades apreciáveis, senti falta de uma maior exploração a respeito da personalidade deste personagem em especial, já que é por quem a nossa protagonista se apaixona. Mas desta vez Sarah Dessen deixou a desejar e acabou fazendo com que os personagens saíssem meios rasos, incluindo a própria Remy: apesar de ter me conectado com ela no início do livro, no decorrer acabei perdendo essa conexão, Remy pareceu um pouco egoísta e até mesmo infantil por várias vezes em algumas situações.

Achei que Dexter, com seu lado romântico, seria um bom remédio para o coração fechado da garota, e, em partes, ele foi, mas a descrição do desenvolvimento do relacionamento dos dois e de todas as situações do enredo foram rápidas, pouco aprofundadas, o que deixou a desejar da minha parte. Acredito que por ser um dos livros mais antiguinhos da Sarah, ela ainda não havia descoberto tão a fundo sua capacidade de tocar o leitor com as palavras como fez em Os Bons Segredos.

Mas, no fim, a mensagem foi clara: o amor não é algo a ser evitado.

Por fim, terminei o livro em pouco menos de 5 horas. É um livro curto, de escrita fluída, rica em detalhes de enredo e cenário sem se tornar cansativa, com capítulos de tamanho mediano e que, apesar dos apesares, transmite bem a ideia de quem é Remy, o que ela quer e o que ela encontra. Mesmo não sendo uma das melhores leituras do mês e tendo me decepcionado um pouco, recomendo a leitura. A verdade é que preciso parar de criar expectativas sobre um livro antes de lê-lo apenas por conhecer o autor ou ter amado a sinopse.

Um salve para Barb, a mãe de Remy, que apesar de no início da obra ter parecido meio alheia aos problemas da filha, surgiu já no finalzinho com palavras sábias que serviram até mesmo para mim, que já passei por um dilema semelhante ao da Remy quanto ao amor.

Ah, ia esquecendo: a banda de Dexter é realmente incrível e uma das minhas maiores curiosidades durante e depois da leitura foi sobre como seria a melodia exata da Canção da Batata - pena ela ainda não ter estourado nas rádios americanas, mas eles vão chegar lá. Um musicão desses, bicho. Pode acreditar que minha nota 4 de 5 foi em grande parte por esta canção de letra tão profunda e reflexiva. Leiam, vocês vão entender, haha.

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