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Resenha : O LIVRO DE MEMÓRIAS - LARA AVERY


TÍTULO: O LIVRO DE MEMÓRIAS

AUTORA: LARA AVERY

GÊNERO: YOUNG ADULT

LANÇAMENTO: 2016

EDITORA: SEGUINTE

PÁGINAS: 392

 

SINOPSE:

Sammie sempre teve um plano: se formar no ensino médio como a melhor aluna da classe e sair da cidade pequena onde mora o mais rápido possível. E nada vai ficar em seu caminho — nem mesmo uma rara doença genética que aos poucos vai apagar sua memória e acabar com sua saúde física. Ela só precisa de um novo plano. É assim que Sammie começa a escrever o livro de memórias: anotações para ela mesma poder ler no futuro e jamais esquecer. Ali, a garota registra cada detalhe de seu primeiro encontro perfeito com Stuart, um jovem escritor por quem sempre foi apaixonada, e admite o quanto sente falta de Cooper, seu melhor amigo de infância de quem acabou se afastando. Porém, mesmo com esse registro diário, manter suas lembranças e conquistar seus sonhos pode ser mais difícil do que ela esperava.

Bom, devo admitir que quando comecei a ler este livro, achei que ele seria mais um típico clichê de Y/A, mas é com muito prazer que venho aqui dizer que estava enganada. Claro, o livro tem, sim, seus clichês típicos, como a protagonista nerd que se acha feia, sua paixonite também com um ar meio nerd e todo o romance intelectual, adolescentes avessos à tecnologia, aquele personagem gay para dar uma ideia da sociedade “atualizada” e sem preconceitos, etc. Mas nenhum desses clichês foi incômodo, atrapalhou ou desmotivou a leitura. Muito pelo contrário, se não fosse pelo meu olhar extremamente crítico, eles jamais teriam sido percebidos.

Mas vamos falar sobre o livro? Vamos!

Sammie é uma garota de 18 anos bastante decidida e inteligente, algo que me chamou a atenção e considerei um ponto positivo no livro: apesar de ter suas falhas e não se encaixar no padrão de beleza estereotipado dos livros e telinhas, Sammie não sofre realmente com isso. Ela sabe quem ela é e o que ela quer do mundo, tem todos os seus planos traçados e não se incomoda com a opinião alheia, sempre tentando ser a melhor para si mesma e para quem realmente importa: sua família.

Quando Sammie descobre a doença letal que a destruíra aos poucos e, o pior de tudo, deteriorará sua memória, claro que ela fica abalada, mas não deixa a tristeza tomar conta e resolve encarar as dificuldades como se elas não fossem um empecilho muito forte entre ela e seus sonhos. Para isso, ela resolve escrever uma espécie de diário de memórias, o qual espera que ajude a Sam do Futuro a saber toda sua trajetória para lutar contra a doença e ser quem sempre quis ser.

A história, como não poderia deixar de ser, tem seu romance: Sammie sempre foi apaixonada por um jovem escritor de descendência indiana que havia deixado a cidade para lançar seus livros em Nova York. E, quando vê que o rapaz está de volta para sabe-se lá o quê, Sammie decide que não há mais o que perder: sua doença vai tirar lhe tirar tudo o que mais importa, então por que não arriscar e aproveitar algumas pequenas coisas enquanto ainda pode?

Após algumas pequenas e significativas reviravoltas entre derrotas, dúvidas e esperanças de melhora, e com a ajuda de algumas pessoas bem especiais e a compreensão dos seus pais em ajudá-la neste momento difícil, Sammie resolve dar uma chance ao acaso e aproveitar o máximo que ainda pode de sua vida.

O romance foi bem escrito e elaborado, segundo minha opinião. Apesar de existir todo um clichê a cerca do envolvimento da protagonista com sua paixão devo admitir que a forma que eles dialogam e se conectam é diferente da comum apresentada em livros que estou acostumada a ler. Há um tempo de espera significativo entre os encontros para que haja o estreitamento da relação, dando chance ao leitor de conhecer melhor os personagens, se adaptar a eles, além de que esse método passa uma ideia realista sobre o que é se apaixonar realmente.

Antes de tudo gostaria de dizer que não gostei de Stuart. Quero dizer, ele é fofo, gentil, compreensivo e bastante inteligente, mas os climas de romance que eventualmente surgiram entre ele e Sammie não me agradaram tanto quanto o esperado. Ou talvez nem fosse tão esperado assim, afinal, desde que li a sinopse senti que teria uma conexão maior com Cooper. E foi isso mesmo que aconteceu. O amigo de infância de Sammie, que reaparece em sua vida vez ou outra para ajudá-la em alguma situação ou jogar conversa fora, me cativou.

Apesar de que, a primeira vista, Cooper não tem muito a ver com Sammie, já que ela é uma garota bem decidida e com um histórico de grande vitóras acadêmicas, ao contrário de Cooper, que vocês terão que ler para descobrir o que ele carrega. Mas, ainda assim, preciso dizer que seu jeito despojado e despreocupado me arrebatou. Sim, sim, eu tenho mania de shippar os casais errados - ou talvez nem tanto - desde o início.

Sem mais comentários sobre minha opinião sobre Cooper e Stuart, gostaria de dar minhas considerações finais sobre o livro:

1. Adorei o fato de que peito e bunda aqui são peito e bunda, ao invés de SEIO e TRASEIRO. Palavra repugnante que vários autores costumam usar para se referir a bunda. Traseiro, cara? Parece que está falando de um carro ou algo assim.

2. A protagonista vai direto ao ponto. Sammie sabe o que quer e diz com todas as letras quando quer. Ela não é mimizenta e dramática. Não vi em um só momento ela abaixar a cabeça ao ser confrontada e sempre, sempre, foi aberta quanto aos seus sentimentos com relação a todo mundo.

3. A descrição dos cheiros é algo muito intrigante para mim. Dizer que alguém tem cheiro de nuvem, pinheiro ou fogueira no quintal é realmente engraçado e inusitado.

4. A escrita de Lara Avery é leve e fluída. Mesmo que as ações só venham a acontecer lá pela página 100, você nem percebe que já leu tanto sem algo realmente importante ocorrer até que esse algo já esteja acontecendo. Devorei o livro inteiro em 6 horas, fiquei bem feliz de tê-lo comprado e arrependida de não ter lido antes - estou com ele na estante há uns bons dois meses, mas no fim das contas, foi uma das minhas melhores leituras de Maio.

Por fim, o final: não tão surpreendente, mas ainda assim emocionante. Admito que fiquei com os olhos marejados, apesar de que não fiquei triste. As escolhas e atitudes de todas as personagens do livro foram sensatas, a participação dos personagens secundários - papai, mamãe, irmãos, Coop, Stu e Maddie - foi muito bem colocada, o enredo foi produzido de uma forma madura e o livro passa, sim, algumas reflexões.

O Livro de Memórias é um livro para se ler e manter na estante para ler novamente. Se você for dessas pessoas que se aventura ao empréstimo, dê para algum amigo ler, ele vai ter se apaixonado ao fim da leitura, tenho certeza.

O romance é bem escrito, a protagonista é sagaz e adorável, todo seu ar de independência e maturidade torna-se inspirador mesmo quando ela comete seus deslizes, afinal, o que ela passa e a forma como ela responde a tudo isso não é para qualquer um.

É um daqueles livros que te faz sentir bem depois de ter lido, e mesmo que você não se conforme com algumas coisa, você sabe que era para ter acontecido. E o melhor: no fim você não fica com raiva de absolutamente nenhum personagem. Todos eles são amáveis, cativantes e bem construídos, com as particularidades ideiais para conquistar vários perfis de pessoas.

Vamos fazer uma aposta: leia o livro. Se você não gostar, pode vir aqui reclamar e eu vou estar te devendo uma boa explicação. Mas eu duvido que isso aconteça, Sammie McCoy é uma das meninas mais inteligentes e cativantes da literatura Young Adult e ela não desaponta ninguém.

Fonte das imagens:

*Capa do livro: https://www.skoob.com.br/o-livro-de-memorias-596425ed597848.html

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