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Resenha: O Pequeno Príncipe

  • Vanessa Fontoura
  • 2 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Sinopse:

Um piloto cai com seu avião no deserto e ali encontra uma criança loura e frágil. Ela diz ter vindo de um pequeno planeta distante. E ali, na convivência com o piloto perdido, os dois repensam os seus valores e encontram o sentido da vida.

Qual a fórmula secreta para criar uma grande obra da literatura? Para o escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, foi a simplicidade de um livro infantil, abordando temas aparentemente simples, de maneira sútil, com a profundidade digna de grandes enredos voltados para as “pessoas grandes”, receita certa para conquistar todo o público.

O livro começa com o narrador-personagem relatando uma experiência de sua infância quando, após a leitura de um livro sobre a floresta virgem e jiboias engolindo feras, criou um desenho diferente: uma jiboia digerindo um elefante.

 

“As pessoas grandes” não entenderam o seu jeito de ver o mundo, sendo assim, aprendeu a lidar com elas sem falar sobre as jiboias, sobre as estrelas ou sobre qualquer peculiaridade de sua personalidade, abandonando seu modo diferente de ver as coisas para se adaptar ao mundo, sozinho, sem amigos. Até um certo dia, quando seu avião tem uma pane no deserto do Saara e um pequeno garoto de cabelo loiro e pele pálida acorda-o de seu sono e lhe pede que desenhe uma ovelha.

O principezinho vem de uma longa jornada entre diversos planetas e, aos poucos, em meio a várias reflexões ao acaso, comenta sobre sua jornada enquanto o piloto concerta seu monomotor. Nos seis planetas em que o jovem visitou antes da terra ele conhece um rei, um homem vaidoso, um bêbado, um homem de negócios, um acendedor de lampiões e um geógrafo, cada qual com seu próprio ensinamento.

“O Pequeno Príncipe” é um daqueles livros em que a subjetividade- característica do que é particular/intimo- de cada pessoa impera a maneira como ela vai apreciar a leitura. Enquanto lia pela primeira vez, quando ainda era uma criança, foi apenas uma leitura apreciativa, pórem esquecível. Anos depois, com minha sensibilidade a leitura tendo ficado maior, o livro parecia completamente diferente. E, a cada vez que o releio, algo novo se sobressai. A história permanece a mesma, mas, como ser humano em constante mudança, a pessoa lendo mudou. E sendo assim, a experiência se torna diferente.

Os personagens são um brilho à parte. Eles fogem da dinâmica tão utilizada entre os autores: vilão versus mocinho. Cada personagem tem sua personalidade bem definida e foge dos padrões existentes no gênero. Dentre eles vale ressaltar:

  • O pequeno príncipe - personagem principal, representando a inocência e curiosidade infantil, que numa fuga de seus problemas trilha uma jornada de descobertas à verdadeira essência da existência humana.

  • Aviador - Narrador-personagem, o adulto que vive uma duologia entre preservar sua essência infantil, pura e singela, ou continuar sendo como uma das pessoas grandes.

  • A Rosa - O objeto de amor do pequeno príncipe. Bela, amada, porém vaidosa e orgulhosa.

Apesar de ter sido lançado pela primeira vez em 1943, a história trata de temas universais e atemporais: amor, amizades, os segredos do universo, comportamento humano, natureza humana, além de criticar o estilo de vida da civilização moderna.

Como fábula, traz a jornada da infância, cheia de aventuras e conhecimentos, e ainda funciona como uma porta para diversas reflexões filosóficas que podem passar despercebidos entre parte do público, mas, de certo, chamará atenção dos que veem bem com o coração.

TRECHOS PREFERIDOS:

“Elas (as pessoas grandes) adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, as pessoas grandes jamais se interessam em saber como ele realmente é (…), mas perguntam: qual é a sua idade? Quantos irmãos ele tem? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai? Somente assim é que elas julgam conhecê-lo”.

"O verdadeiro amor nunca se desgasta. Quanto mais se dá mais se tem."

“As pessoas são solitárias porque constroem muros ao invés de pontes.”

“É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar.”


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